terça-feira, 4 de maio de 2010

A incrível história do Hino Farroupilha ou Hino Riograndense

São três as versões do hino riograndense, desde a Guerra dos Farrapos.
A primeira versão começa com a tomada da então Vila de Rio Pardo, pelas forças revolucionárias farroupilhas. Foram aprisionados uma unidade do Exército Imperial, o 2° Batalhão, inclusive com a sua banda de música. E o mestre desta banda musical, Joaquim José de Mendanha, mineiro de nascimento que também foi feito prisioneiro era um músico muito famoso e considerado um grande compositor. Após a prisão Mendanha, teria sido convencido a compor uma peça musical que homenageasse a vitória das forças farroupilhas, ou seja a brilhante vitória de 30 de abril de 1838, no célebre “Combate de Rio Pardo”.
Mendanha, diante das circunstâncias, resolveu compor uma música (talvez um plágio da valsa de Strauss), era era apenas musicada. E o capitão Serafim José de Alencastre, pertencente às forçasfarrapas e que também era versado em música e poesia, resolveu escrever uma letra para aquela música, alusiva à tomada de Rio Pardo.
A segunda versão  demorou um ano após a primeira.  Foi composta uma nova letra e cantada como Hino Nacional, o autor deste hino é desconhecido; O jornal “O Povo”, considerado o jornal da República Riograndense em sua edição de 4 de maio de 1839 chamou-o de “o Hino da Nação”.
A terceira versão surgiu após o término do movimento; O autor foi Francisco Pinto da Fontoura, vulgo “Chiquinho da Vovó”. Esta terceira versão foi a que mais caiu no agrado da alma popular. Um fato que contribui para isto foi que o autor, depois de pronto este terceiro hino, continuou ensinando aos seus contemporâneos o hino com sua letra. A letra deste autor é basicamente a mesma adotada como sendo a oficial até hoje, menos a segunda estrofe que dizia assim:
Entre nós reviva Atenas
Para assombro dos tiranos;
Sejamos gregos na Glória,
E na virtude, romanos.
Estas letras foram interpretadas ao gosto de cada um até 1933, ano que se avizinhava o centenário da revolução farroupilha.   Surgiu a necessidade de se escolher uma versão definitiva (Hino Oficial). O Instituto Histórico contando com a colaboração da Sociedade Rio-Grandense de Educação, fez a harmonização e a oficialização do hino. O Hino foi então adotado naquele ano de 1934, com a letra total conforme fora escrito pelo autor, no século passado, caindo em desuso os outros poemas.  No ano de 1966, o Hino foi oficializado como Hino Farroupilha ou Hino Rio-Grandense, por força da Lei 5213 de 05 de janeiro de 1966. 

LETRA Francisco Pinto da Fontoura (vulgo Chiquinho da Vovó)
MÚSICA Comendador Maestro Joaquim José de Mendanha
HARMONIZAÇÃO Antônio Corte Real

Como a aurora precursora
do farol da divindade,
foi o Vinte de Setembro
o precursor da liberdade.
Estribilho:
Mostremos valor, constância,
Nesta ímpia e injusta guerra,
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra,
De modelo a toda terra.
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra.

Mas não basta pra ser livre
ser forte, aguerrido e bravo,
povo que não tem virtude
acaba por ser escravo.

Estribilho:
Mostremos valor, constância,
Nesta ímpia e injusta guerra,
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra,
De modelo a toda terra.
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra